segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Relato Espiritual de um Descrente




Meu amigo, não direi meu nome, pois isso não me foi permitido. Neste momento apenas me pediram para te passar um puco da minha história.

Sou um espírito desencarnado há algum tempo, deixei a Terra como um dos que em nada acreditava. Minha opinião era de que tudo se reduziria a pó, que a existência não tinha grandes significados e assim vivi minha vida até o dia que a morte me pegou de vez.

Com esse tipo de consciência a úncia coisa que se passava pela minha cabeça era crescer materialmente, eu era egoísta, eu só fazia as coisas em benefício próprio e dos que a mim importavam, que eram poucos.

Sempre trabalhei duro e via ali minha terapia, vivia para isso. Com tanta obstinação eu alcancei muitos ganhos financeiros, comprei quase tudo o que o dinheiro poderia comprar, mas um vazio sempre me acometeu e eu nunca o entendia.

Ajudei algumas pessoas, mas muito mais para me livrar do problema do que necessariamente por vontade de fazê-lo. Bem, era o que eu achava certo.

Tive família, mas muito pouco fiquei com eles. Não vi meus filhos crescerem, não dei a atenção devia a minha esposa, tampouco aos meus pais. Vivi para ter e nunca para ser.

Certo dia, quando fui me deitar um ultimo suspiro eu dei. Não foi doloroso nem senti medo, até achei que era um sonho. Me levantei e vi meu corpo ali deitado, como se fosse uma grande carcaça, uma roupa que eu já não poderia vestir. Demorei um pouco para entender o que havia acontecido, foi quando percebei que  havia morrido. Eu gritava e ninguém me ouvia, eu tentava tocar os que me conheciam e eles não me sentiam, eu era um fantasma.

Fiquei vagando por aí, visitava minhas propriedades, tentava ver se tudo estava sob controle, mas nada do que eu fazia servia para que me percebessem.

Isso foi me dando desespero e de uma coisa eu já sabia, a vida não acabava na ultima batida de meu coração, na verdade ela continuava e a morte não era dolorosa, na verdade me pareceu algo natural, sem qualquer grande trauma, diria que uma situação até tranquila, por outro lado enfrentar a morte e a continuidade da vida era o que me dava medo, afinal eu nunca dei atenção para isso enquanto encarnado.

Quando comecei a perceber que não adiantava mais ficar angustiado por tudo que eu havia deixado, que o que eu conquistei em vida já não pertencia a mim foi que eu comecei a tomar consciência de uma outra realidade. Não sei o tempo que isso demorou.

A forma como eu enxergava a vida era tão presa aos valores materiais que eu sequer pensava em procurar outros iguais a mim para entender minha situação, na verdade eu não percebia nada além daquilo que eu queria perceber.

Um dado momento o desespero, o arrependimento, o cansaço pela situação me acometeu e eu literalmente me entreguei, eu só queria entender o que fazer dali em diante. Me deitei no chão e só pensava em chorar, em refletir, sem saber o que fazer.

Neste momento foi como uma grande força, um imã tivesse me acometido e eu fui levado para uma grande sala branca, nesta sala eu apenas via algumas outras pessoas iguais a mim (pela primeira vez) e elas ficavam atrás de outras pessoas do mundo dos vivos e uma a uma entravam em uma redoma de energia e ao sair sumiam como um grande raio para cima, era uma luz que parecia carregar cada um deles para cima.

Neste momento eu supliquei para que existisse de fato um Deus, uma divindade, alguém que pudesse me ajudar. Eu, descrente de tudo naquele momento, senti uma forte necessidade de buscar uma divindade, afinal eu não sabia o que acontecia a todas aquelas pessoas. Grande ironia!

Alguns momentos depois chegara minha vez, eu fiquei dentro desta redoma de luz e o Vivo que estava a minha frente começou a repetir tudo que eu pensava, era uma espécie de comunicação. Foi quando percebi que do outro lado outra pessoa poderia me ouvir, e essa pessoa me explicava o processo que eu estava passando.

Aos poucos aquilo foi me aliviando, me acalmando, me dando forças e em um determinado momento eu olhei pro lado e vi duas luzes, dois seres de luz. Eles olharam pra mim de uma forma que não consigo descrever, mas seus olhos brilhavam de tal sorte que só ao fitarem os olhos em mim era como se eu tomasse um banho e lavassem a minha alma. Foi quando eu entendi que era hora de partir. Estes dois seres de luz me pegaram pelos braços de forma muito respeitosa, me olharam novamente e em sinal de positivo me levaram para um outro local, um outro plano.

Cai em um sono profundo e percebi que estava em uma cama. Ao acordar chegou uma moça com um rapaz junto. O rapaz tinha em suas vestes três tridentes cruzados e eu pude perceber que ele não era como eu, ele ainda vivia na Terra, entre os vivos.

O rapaz olhou pra mim, sorriu e me disse:

- Amigo, a vida nunca acaba. Veja que neste momento eu estou na Terra, mas nem por isso eu deixo de voltar a este mundo que pertenço. Somos todos espíritos, ou apenas seres vivos e eternos, não importa se você acreditava nisso ou não, mas agora aproveite toda a sua ajuda e leve essa mensagem para frente. O mundo carece de informação, de alegra e de amor. Seja o melhor que você pode ser!

Neste momento a moça me olhou, e me colocou para dormir novamente.

Nunca mais vi o rapaz que me ajudou, mas sou eternamente grato pela ajuda que ele e seu grupo prestaram a mim e a tantos outros que estavam por aí como eu.

Amigos, acreditem ou não, a vida é eterna e passar para o lado de cá só trará claramente aquilo que você é, sem mais nem menos. Ao invés de temer a morte, preparem-se para ela sendo o melhor que possam ser.

Um abraço fraterno de um amigo espiritual!




OBS: Estava arrumando meu altar e entrando no clima da musica comecei a perceber pensamentos que não eram meus. Via algumas cenas e senti que precisava relatar algo. Ai está o texto e espero que sirva a todos!


Aloha!

Namastê!

Amém!

Saravá!