segunda-feira, 15 de junho de 2015

Os dois lados do trabalhador Espiritual





Resolvi escrever um pouco sobre a postura das pessoas que trabalham em alguma casa/templo espiritual. Por coincidência tenho falado com alguns conhecidos e eles me relatam seguidos problemas de seus grupos de trabalho e fico me questionando como podemos melhorar esta situação.

Devemos lembrar, em primeiro lugar, que uma casa espiritual é formada por pessoas, e por si só isso já é complexo, uma vez que dificilmente se agrada a todos que ali estão. Essas diferenças aliadas a falta de compaixão e ao egoismo, em 100% das vezes, é o que leva o trabalho a se desarmonizar, levando alguns grupos até mesmo a se extinguir.

Para muitos, trabalho espirtual é sinal de trabalho angelical, ou seja, as pessoas se portam como  Anjos e Guias Ascesncionados, ao passo que na realidade é só mais um ser humano falível e que busca seu melhoramento pessoal. E está tudo certo com isso, somos assim, pelo menos eu sou!

Se você trabalha em algum grupo espiritual seja você mesmo, sem mais nem menos, não se coloque como algo que não é e nem tem obrigação de ser, pois aquele que está ao seu lado é tão, ou até mais, necessitado do que você em diversos aspectos da vida. 

A hipocrisia é, muitas vezes, um atributo de boa parte das pessoas nessa seara. Pregar o belo discurso dos Livros Sagrados, do Mestre, do Guia Espiritual é lindo, mas viver sob tais ensinamentos é que é dificil, mudar é dificil, aceitar é dificil, ver sua própria sombra é dificil, se colocar no mundo do outro é duro, ser pleno e grato de verdade é dificil, mas vomitar palavras bonitas e mansas para fora é extremamente fácil e vejo grupos e pessoas repletos de discursos edificantes e mediuns e trabalhadores podres que adoram uma fofoca, um sarcasmo, que tiram sarro do drama alheio, que apontam defeitos e não olham para os próprios umbigos e que ao ajudar uma pessoa, sim pois é possível ajudar mesmo assim, se enchem de orgulho e se colocam em um pedestal triste que um dia vai desmoronar.

Aliás, caros amigos, ninguém cura ninguém! Quem se cura é a própria pessoa através do mérito próprio, no máximo o trabalhador serve de meio para despertar aquela consciência necessitada de um estalo de lucidez, portanto se tem algo a ser enaltecido é a própria pessoa que buscou o seu caminho e encontrou conforto naquilo que ela tem de melhor guardado dentro da sua alma, o seu recinto de luz.

Não importa se você é Pastor, Padre, Pai de Santo, Mãe de Santo, Orientador, Doutrinador, Mestre, Dirigente, seja lá o titulo que tiver, você também está no mesmo barco e também é ser humano, caso contrário não encarnaria nessa Terra, apenas com o agravante de ser um exemplo para o grupo que dirige, e não tem como este grupo não se espelhar em você.

Um trabalho espiritual exige compaixão, alegria, comrpometimento, disciplina, mas acima de tudo prática, não só a prática do dia do trabalho, mas sim a prática de aplicar aquilo que se ouve e aprende no dia a dia, de forma autêntica e não sob um discurso vomitado de belas palavras, mas sem amor algum, achando que aquele que sentou na sua frente é o ruim e você é o bom por estar como Assistente e não como Assistido.

O trabalho espiritual é importante, é lindo, é feito mesmo com tudo isso, mas acho que é de suma importância as pessoas se darem conta o quanto antes de sua condição e simplesmente buscar o seu melhor para dar o seu melhor, o que vejo pouquissimas pessoas fazendo.

Fui duro no discurso, mas acredito que um pouco de auto critica para os grupos e pessoas são muito importantes neste momento. É muito fácil quebrar uma corrente desunida, e sem corrente as interferências negativas são muito maiores.

Aloha!

Namastê!

Amém!

Saravá!