Muito se ouve falar de linhas cruzadas em um trabalho e muitas dúvidas são criadas sobre este assunto, pois não é o tipo de informação que consta em livros ou mesmo é passada de forma oficial, sendo tratada de forma individual e esbarrando nas doutrinas estipuladas nesta ou naquela casa. Este conhecimento é quase que de tradição oral e seu entendimento pode variar de acordo com a situação em que a palavra foi aplicada.
Para entendermos o que é Cruzamento vamos nos ater ao sentido etimológico da palavra:
Cruzamento: s.m. Ato ou efeito de cruzar; interceptação. Ponto onde duas vias se cortam; encruzilhada. Acasalamento de animais de raças diferentes. ( http://www.dicio.com.br/cruzamento)
Veja que cruzar algo é fazer com que duas coisas aparentemente diferentes se encontrem em determinado momento, criando um elo comum.
Muito se ouve falar sobre Guias Cruzados, Entidades Cruzadas, Energias Cruzadas, Orixás Cruzados, Entregas Cruzadas, Amuletos Cruzados e uma série de outras denominações dentro de um trabalho espiritual, especialmente na Umbanda.
O primeiro ponto a se levantar é o seguinte: Sempre trabalhamos com um conjunto de energias, nunca com uma só, portanto podemos dizer que o tempo inteiro estamos cruzando estas forças a medida que o trabalho exige.
Se trabalhamos diversas energias, por que dizemos que estamos cruzados com esse ou aquele tipo?
Creio que podemos elencar três situações padrões para sentir a energia de forma diferente e então sentir tais cruzamentos, digo sentir, pois como já falei anteriormente nunca trabalhamos com somente uma energia, mas sim com várias que estão contidas no ambiente e atuam conforme a necessidade do que está sendo feito, são elas:
- Situação 1: Orixás Cruzados:
Temos na Natureza a fonte primordial das energias dos Orixás. Em um trabalho de Umbanda nos utilizamos de tais foças e as invocamos, seja através das oferendas, rezas, cânticos, elementos ou pelo próprio transe anímico despertado pelo Orixá de cada frequentador/trabalhador da casa.
Pela nossa força de vontade e devoção pedimos a presença desta ou daquela força neste ou naquele trabalho, mas como dito anteriormente, estamos imersos em TODAS as forças dos Orixás na Natureza. Ao abrir nossa percepção e concentração para trabalhar com aquele Orixá, naturalmente podemos sentir sua força e sua presença de forma ainda mais forte, no entanto isso não quer dizer que anulamos as outras forças. Deste modo, veja que podemos estar sob a energia primordial daquele Orixá, mas por força de trabalho absorvemos outras forças, que nos fazem transitar entre o Orixá cultuado naquele dia e outro que se faça presente por uma outra necessidade de forma mais ostensiva.
Para ilustrar podemos dizer que estamos em um trabalho para abertura de caminhos com Ogum, mas se faz necessário que para aquele momento também tenhamos despertos os nossos sentimentos mais profundos, mais amorosos, então também se faz presente a energia de Oxum e alguns Médiuns e Frequentadores sentem os dois Orixás e dizem que eles estavam CRUZADOS, ou seja, atuando em conjunto para um fim específico.
- Situação 2: Guias Cruzados:
Neste caso se faz ainda mais fácil a percepção. Para entender esta situação vamos falar rapidamente sobre o transe mediúnico.
Um Guia espiritual não "toma posse" do corpo do Médium, na realidade as energias entre os dois interagem, ligando-se através de pontos de força ou vórtices energéticos chamados de Chakras* . A percepção do Médium com o Guia se dá dentro de um Campo Energético, em um fenômeno denominado Acoplamento Auríco, ou seja, uma Consciência entra em contato com outra Consciência de forma mais ostensiva e, ao acessar o seu campo energético comum atuam na manipulação energética do trabalho proposto.
Deste modo podemos entender que durante um trabalho mediúnico, possivelmente vai existir mais do que uma consciência atuando, ou seja, mais de um Guia ajudará naquele trabalho realizado. Sendo assim, perceba que é possível um destes Guias agir em conjunto com o outro, enviando ao Médium mais informações e cargas energéticas para o trabalho. Isso pode causar no Médium a sensação de estar trabalhando com dois Guias incorporados ao mesmo tempo, o que pode ser verdade, pois ambos tem a capacidade de se ligar ao Médium e levar informações para que ele atue durante o trabalho.
Quando o fenômeno acima ocorre dizemos que o Médium está trabalhando Cruzado com um ou mais Guias. Um deles toma a frente, mas os outros ajudam no trabalho e podem ser percebidos, dependendo do caso.
Não há nada de errado nisso e devemos entender que cada linha de trabalho tem sua especificidade e se for necessário existir o acoplamento de mais Guias para que o trabalho tenha um melhor resultado, que assim seja.
- Situação 3: Guias e Amuletos Cruzados
Aqui se faz um parentese para definir o que é CRUZAMENTO e o que CONSAGRAÇÃO.
Consagrar é dedicar a Deus, tornar algo divino, mudar algo profano para o sagrado. Deste modo podemos entender que Consagrar algo é fazer com que aquilo represente energeticamente a sua ligação com o Alto, ou seja, é um objeto utilizado para irradiar e representar para VOCÊ uma ligação com o que existe de mais sagrado naquilo que acredita. Sendo assim, entendo que a consagração só pode ser feita através da pessoa que quer dar esta finalidade ao objeto consagrado, caso contrário ela perde o sentido, uma vez que ela será ligada ao Divino por quem deseja ter seu item consagrado e o divino de cada um é pessoal.
Uma vez consagrado, este objeto deve permanecer guardado e escondido do mundo Profano, caso contrário seu tônus energético perde a função divina a ele dada e se faz necessária nova consagração, além de representar o Divino apenas para o detentor daquele objeto.
Cruzar um objeto (Guia ou Amuleto) é dar a ele uma função especifica além da que ele representa vibratoriamente. Cada objeto tem vibração específica na natureza, além de sua vibração é possível se aplicar um comando mental pra que se criem formas pensamento em torno dele de modo que ele exerça ou aumente a sua função destinada.
Podemos tirar por exemplo uma Pedra Preta como Onix. Esta pedra possui a vibração absorvedora de energias negativas. Uma vez que esta pedra é acrescida do comando mental ao ser cruzado por um Guia Espiritual, por exemplo, a torna ainda mais eficiente. Podemos dizer que a força do pensamento aplicado é um dínamo neste processo energético, mas se faz necessário que a pessoa entenda a função daquele objeto cruzado e reforce o comando a ele aplicado, coisa que muitos poucos o fazem.
Podemos entender CRUZAR algo é simplesmente somar forças para uma finalidade específica de forma temporária, aumentando a eficiência do trabalho realizado. Nada mais e nada menos do que isso.
Saravá!
Aloha!
Namastê!
Amém!
(Chacras ou xacras, também conhecidos pela grafia chakras segundo a filosofia iogue, centros energéticos dentro do corpo humano, que distribuem a energia (prana) através de canais (nadis) que nutre órgãos e sistemas)1 2
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