sexta-feira, 17 de abril de 2015

Umbanda para Todos

Durante muito tempo ouvi falar de linhas de Umbanda. Cada pessoa da à Umbanda um nome, um corpo e a entende a sua forma. A Umbanda é uma grande mistura, abarca a tudo e a todos, não possui um Líder espiritual e suas manifestações precedem a sua fundação formal.

Ela foi criada por Zélio de Moraes e o Caboclo das 7 Encruzilhadas? Eu diria: também! O fato é que Pretos Velhos, Caboclos e etc já se manifestavam em outros agrupamentos mediúnicos, independente do nome que era dado este culto, mas para mim, do ponto de vista formal ela foi criada em 15 de novembro de 1908.

A Umbanda é uma religião de base mediúnica, desta maneira seus trabalhadores sempre se fizeram presentes nas religiões e agrupamentos que continham esta práticas e isto precede a sua criação formal.

Essas eram as ferramentas disponíveis pela espiritualidade para nos apresentar esta nova religião. Pode se negar o nome dado a esta ou aquela religião, mas fica impossível negar a presença de um Preto Velho, de um Caboclo ou de uma Criança nos trabalhos.

É inegável o preconceito que existia (e ainda existe) na época aos cultos africanos, tornando-os à margem da sociedade. Do outro lado, temos um Espiritismo elitista e catedrático, limitando o acesso ao pobre de se consultar em seus Centros.  Com isso tudo temos o advento da Umbanda, uma religião sem líder espiritual, com sua estrutura calcada no intercambio mediúnico e suas tradições sendo repassadas de forma oral e adaptáveis aos cultos em que cada linha se manifestava.

Se existe uma religião realmente Universalista, podemos dizer que é a Umbanda. Ela abarca o Preto, o Branco, o Amarelo, o Pele Vermelha, o Desquitado, a Criança, o "Pecador", o Homossexual, o Mulherengo, o Malandro e assim por diante. Ela é absolutamente desnutrida de preconceitos em sua essência.

É com esta essência que entendemos que não só TODOS podem participar desta religião, mas ela também se instaura em complemento a outras linhas de trabalho, ou seja, é possível ter influência da Umbanda em outras religiões ou mesmo ter pontos de outras religiões dentro da Umbanda, e isso é o que a torna aberta e Universalista.

O que não entendo é o preconceito gerado entre as linhas de Umbanda, pois a essência desta religião é o Amor, Caridade e Fraternidade. Na prática não existe o que é certo ou errado para a Umbanda, mas existe o que é funcional se for feito dentro deste pilar descrito acima.

A dedicação que cada um dá a ela, o amor ao trabalho, a disciplina, e a prática é que demonstram a funcionalidade do trabalho na Umbanda e, por ser uma bebê entre as religiões, é natural que muitas coisas novas surjam ao longo do tempo, uma vez que tudo é dinâmico.

Aos Umbandistas resta abrir os corações, e deixar de discutir qual vertente é a mais correta, mas entendo que esta é uma característica inerente ao ser humano, que ocorre não só dentro da Umbanda, mas fora dela também. Deste modo, não ajam como um religioso fanático que só prega a salvação dentro da sua religião, esquecendo os ensinamentos morais do grande mestre que ele segue, mas seja verdadeiro de corpo e alma, incorporando não só os espíritos de Pretos Velhos, Caboclos, Exus, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Orientais e etc, mas principalmente incorporando os ensinamentos da UMBANDA: Amor, Caridade e Fraternidade.

Com base nisso que transcrevo um estudo feito por um blog muito bom sobre o assunto e que vale se pensar a respeito:

https://registrosdeumbanda.wordpress.com/as-umbandas-dentro-da-umbanda/




As Umbandas dentro da Umbanda

Após pouco mais de 100 anos de fundação da Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, essa religião cresceu e se diversificou, dando origem a diferentes vertentes que têm a mesma essência por base: a manifestação dos espíritos para a caridade.
O surgimento dessas diferentes vertentes é conseqüência do grau com que as características de outras práticas religiosas e/ou místicas foram absorvidas pela Umbanda em sua expansão pelo Brasil, reforçando o sincretismo que a originou e que ainda hoje é sua principal marca.
Embora essa classificação tenha sido elaborada por mim (ela não é fruto de um consenso entre os umbandistas e nem é adotada por outros estudiosos da religião), a mesma revela-se uma forma útil de condensar as diferentes práticas existentes, possibilitando um melhor estudo das mesmas.

Umbanda Branca e Demanda

Outros nomes: É também conhecida como: Alabanda; Linha Branca de Umbanda e Demanda; Umbanda Tradicional; Umbanda de Mesa Branca; Umbanda de Cáritas; e Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por Pai Antônio e Orixá Malê, através do seu médium, Zélio Fernandino de Morais (10/04/1891 – 03/10/1975), surgida em São Gonçalo, RJ, em 16/11/1908, com a fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Foco de divulgação: O principal foco de divulgação dessa vertente é a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Orixás: Considera que orixá é um título aplicado a espíritos que alcançaram um elevado patamar na hierarquia espiritual, os quais representam, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos comparável a um general: ora incumbido da inspeção das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade de centros necessitados de amparo, e, nesta hipótese fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que pertencem tais centros. Acredita que existam 126 orixás, distribuídos em 06 linhas espirituais de trabalho. Os altos chefes de cada uma dessas seis linhas recebem o nome de um orixá nagô, embora não sejam entendidos como nas tradições africanas, existindo uma forte vinculação deles aos santos católicos.
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui os espíritos que se apresentam como Crianças), de Iemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Iansã e de Santo ou das Almas (onde inclui as almas recém-desencarnadas, os exus coroados, os exus batizados e as entidades auxiliares).
Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e Crianças e não há giras para Boiadeiros, Baianos, Ciganos, Malandros, Exus e Pombagiras.
Ritualística: A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos riscados nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; e “O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda”.

Umbanda Kardecista

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda de Mesa Branca; Umbanda Branca; e Umbanda de Cáritas.
Origem: É a vertente com forte influência do Espiritismo, geralmente praticada em centros espíritas que passaram a desenvolver giras de Umbanda junto com as sessões espíritas tradicionais. É uma das mais antigas vertentes, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos Orixás nem aos santos católicos.
Linhas de trabalho: Nesta vertente não é utilizada essa forma de agrupar as entidades.
Entidades: Os trabalhos de Umbanda são realizados apenas por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e, mais raramente, Crianças.
Ritualística: A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e não são encontrados o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; “O céu e o inferno”; e “A gênese”.

Umbanda Mirim

Outros nomes: É também conhecida como: Aumbandã; Escola da Vida; Umbanda Branca; Umbanda de Mesa Branca; e Umbanda de Cáritas.
Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo Mirim através do seu médium Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 – 03/12/1986), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 13/03/1924, com a fundação da Tenda Espírita Mirim.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: a Tenda Espírita Mirim (matriz e filiais); e o Primado de Umbanda, fundado em 1952.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e de Yofá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as) e Crianças e não há giras para Exus e Pombagiras, uma vez que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística: A roupa branca com pontos riscados bordados é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de fumo, defumadores e a imagem de Jesus Cristo nos trabalhos, porém as guias, velas, bebidas, atabaques e demais imagens não são usados nas cerimônias, havendo o uso de termos de origem tupi para designar o grau dos médiuns nelas.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Okê, Caboclo”; “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; e “O evangelho segundo o Espiritismo”.

Umbanda Popular

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Cruzada; e Umbanda Mística.
Origem: É uma das mais antigas vertentes, fruto da umbandização de antigas casas de Macumbas, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. É a vertente mais aberta a novidades, podendo ser comparada, guardada as devidas proporções, com o que alguns estudiosos da religião identificam como uma característica própria da religiosidade das grandes cidades do mundo ocidental na atualidade, onde os indivíduos escolhem, como se estivessem em um supermercado, e adotam as práticas místicas e religiosas que mais lhe convêm, podendo, inclusive, associar aquelas de duas ou mais religiões.
Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior. Entretanto, é a vertente mais difundida em todo o país.
Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos santos católicos com os Orixás, associados a um conjunto de práticas místicas e religiosas de diversas origens adotadas pela população em geral, tais como: rezas, benzimentos, simpatias, uso de cristais, incensos, patuás e ervas para o preparo de banhos de purificação e chás medicinais. Considera a existência de dez Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã e Ibejis. Em alguns lugares também são cultuados mais dois Orixás: Ossaim e Oxumaré.
Linhas de trabalho: Existem três versões para as linhas de trabalho nesta vertente:
  • Na mais antiga, são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui as Crianças), de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
  • Na intermediária, também são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), das Crianças e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
  • Na mais recente, são consideradas como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos(as), etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-Mirins e Malandros(as).
Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos.
Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda Omolocô

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Omolocô, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Começou a ser fundamentada pelo médium Tancredo da Silva Pinto (10/08/1904 – 01/09/1979) em 1950, no Rio de Janeiro, RJ.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Tancredo da Silva Pinto; as tendas criadas por seus iniciados; e o livro “Umbanda Omolocô”, escrito por Caio de Omulu.
Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Omolocô. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Omolocô, incluindo o sacrifício de animais.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “A origem de Umbanda”; “As mirongas da Umbanda”; “Cabala Umbandista”; “Camba de Umbanda”; “Doutrina e ritual de Umbanda”; “Fundamentos da Umbanda”; “Impressionantes cerimônias da Umbanda”; “Tecnologia ocultista de Umbanda no Brasil”; e “Umbanda: guia e ritual para organização de terreiros”.

Umbanda Almas e Angola

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Almas e Angola, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior.
Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Almas e Angola. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, do Povo d’Água (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, das Beijadas (onde agrupa as Crianças) e das Almas (onde inclui Obaluaiê e agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Exus e Pombagiras.
Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Almas e Angola, incluindo o sacrifício de animais.
Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbandomblé

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Candomblé, notadamente as de Candomblé de Caboclo, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Em alguns casos, o mesmo pai-de-santo (ou mãe-de-santo) celebra tanto as giras de Umbanda quanto o culto do Candomblé, porém em sessões diferenciadas por dias e horários.
Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás: Nesta vertente existe um culto mínimo aos santos católicos e os Orixás são fortemente vinculados às tradições africanas, principalmente as da nação Ketu, podendo inclusive ocorrer a presença de outras entidades no panteão que não são encontrados nas demais vertentes da Umbanda (Oxalufã, Oxaguiã, Ossain, Obá, Ewá, Logun-Edé, Oxumaré).
Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens dos Orixás na representação africana, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas nos Candomblés, incluindo o sacrifício de animais, podendo ser encontrado, também, curimbas cantadas em línguas africanas (banto ou iorubá).
Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda Eclética Maior

Outros nomes: Não possui.
Origem: É a vertente fundamentada por Oceano de Sá (23/02/1911 – 21/04/1985), mais conhecido como mestre Yokaanam, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1946, com a fundação da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são a sede da fraternidade e suas regionais.
Orixás: Nesta vertente existe uma forte vinculação dos Orixás aos santos católicos, sendo que aqueles foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de pelo menos nove Orixás: Oxalá, Ogum, Ogum de Lei, Oxóssi, Xangô, Xangô-Kaô, Yemanjá, Ibejês e Yanci, sendo que um deles não existe nas tradições africanas (Yanci) e alguns deles seriam considerados manifestações de um Orixá em outras vertentes (Ogum de Lei/Ogum e Xangô-Kaô/Xangô).
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, fortemente associadas a santos católicos: de São Jorge (Ogum), de São Sebastião (Oxóssi), de São jerônimo (Xangô), de São João Batista (Xangô-Kaô), de São Custódio (Ibejês), de Santa Catarina de Alexandria (Yanci) e São Lázaro (Ogum de Lei).
Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), e Crianças.
Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de uma cruz, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, velas, porém os atabaques, as guias, as bebidas e fumo não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Evangelho de Umbanda”; “Manual do instrutor eclético universal”; “Yokaanam fala à posteridade”; e “Princípios fundamentais da doutrina eclética”.

Aumbhandã

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Esotérica; Aumbhandan; Conjunto de Leis Divinas; Senhora da Luz Velada; e Umbanda de Pai Guiné.
Origem: É a vertente fundamentada por Pai Guiné de Angola através do seu médium Woodrow Wilson da Matta e Silva, também conhecido com mestre Yapacani (28/06/1917 – 17/04/1988), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1956, com a publicação do livro “Umbanda de todos nós”. Sua doutrina é fortemente influenciada pela Teosofia, pela Astrologia, pela Cabala e por outras escolas ocultistas mundiais e baseada no instrumento esotérico conhecido como Arqueômetro, criado por Saint Yves D’Alveydre e com o qual se acredita ser possível conhecer uma linguagem oculta universal que relaciona os símbolos astrológicos, as combinações numerológicas, as relações da cabala e o uso das cores.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Matta e Silva; e as tendas e ordens criadas por seus discípulos.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de sete Orixás: Orixalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yemanjá, Yori, Yorimá, sendo que dois deles não existem nas tradições africanas (Yori e Yorimá).
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias feitas de elementos naturais, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais e tábuas com ponto riscado nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Doutrina secreta da Umbanda”; “Lições de Umbanda e Quimbanda na palavra de um Preto-Velho”; “Mistérios e práticas da lei de Umbanda”; “Segredos da magia de Umbanda e Quimbanda”; “Umbanda de todos nós”; “Umbanda do Brasil”; “Umbanda: sua eterna doutrina”; “Umbanda e o poder da mediunidade”; e “Macumbas e Candomblés na Umbanda”.

Umbanda Guaracyana

Outros nomes: Não possui.
Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo Guaracy através do seu médium Sebastião Gomes de Souza (1950 – ), mais conhecido como Carlos Buby, surgida em São Paulo, SP, em 02/08/1973, com a fundação da Templo Guaracy do Brasil.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são os Templos Guaracys do Brasil e do Exterior.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas, havendo, entretanto, uma ligação dos mesmos com elas. Considera a existência de dezesseis Orixás, divididos em quatro grupos, relacionados aos quatro elementos e aos quatro pontos cardeais: Fogo/Sul (Elegbara, Ogum, Oxumarê, Xangô), Terra/Oeste (Obaluaiê, Oxóssi, Ossãe, Obá), Norte/Água (Nanã, Oxum, Iemanjá, Ewá) e Leste/Ar (Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá).
Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Exus e Pombagiras.
Ritualística: Roupas coloridas (na cor do Orixá) são a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas e atabaques nos trabalhos, porém não são utilizadas imagens e bebidas nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda dos Sete Raios

Outros nomes: Não possui.
Origem: É a vertente fundamentada por Ney Nery do Reis (Itabuna, (26/09/1929 – ), mais conhecido como Omolubá, e por Israel Cysneiros, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em novembro de 1978, com a publicação do livro “Fundamentos de Umbanda – Revelação Religiosa”
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são as obras escritas por Omolubá e as tendas criadas por seus discípulos.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas. Considera a existência de doze Orixás, divididos em sete raios: 1º raio, Iemanjá e Nanã; 2º raio, Oxalá; 3º raio, Omulu; 4º raio, Oxóssi e Ossãe; 5º raio, Xangô e Iansã; 6º raio, Oxum e Oxumaré; e 7º raio, Ogum e Ibejs.
Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Orientais, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Pilintras, Exus e Pombagiras.
Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens de entidades, fumo, defumadores, velas, bebidas, pontos riscados e atabaques nos trabalhos.
Livros doutrinários: Esta vertente possui os seguintes livros e periódicos como fonte doutrinária: “ABC da Umbanda: única religião nascida no Brasil”; “Almas e Orixás na Umbanda”; “Cadernos de Umbanda”; “Fundamentos de Umbanda: revelação religiosa”; “Magia de Umbanda: instruções religiosas”; “Manual prático de jogos de búzios”; “Maria Molambo: na sombra e na luz”; “Orixás, mitos e a religião na vida contemporânea”; “Pérolas espirituais”; “Revista Seleções de Umbanda”; “Tranca Ruas das Almas: do real ao sobrenatural”; “Umbanda, poder e magia: chave da doutrina”; e “Yemanjá, a rainha do mar”.

Aumpram

Outros nomes: É também conhecida como: Aumbandhã; e Umbanda Esotérica.
Origem: É a vertente fundamentada por Pai Tomé (também chamado Babajiananda) através do seu médium, Roger Feraudy (1923 – 22/03/2006), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1986, com a publicação do livro “Umbanda, essa desconhecida”. Esta vertente é uma derivação da Aumbhandã, das quais foi se distanciando ao adotar os trabalhos de apometria e ao desenvolver a sua doutrina da origem da Umbanda: considera que esta religião surgiu a 700.000 anos em dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário. Nestes continentes, os terráqueos teriam vivido junto com seres extraterrestres, os quais teriam ensinado aqueles sobre o Aumpram, a verdadeira lei divina.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os livros escritos por Roger Feraudy; e as tendas e fraternidades criadas por seus discípulos.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yori e Yorimá) e mais Obaluaiê, o qual consideram o Orixá oculto da Umbanda.
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos 7 Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso da imagem de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, cristais e incensos nos trabalhos, porém as guias e os atabaques não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Umbanda, essa desconhecida”; “Erg, o décimo planeta”; “Baratzil: a terra das estrelas”; e “A terra das araras vermelhas: uma história na Atlântida”.

Ombhandhum

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Iniciática; Umbanda de Síntese; e Proto-Síntese Cósmica.
Origem: É a vertente fundamentada pelo médium Francisco Rivas Neto (1950 – ), mais conhecido como Arhapiagha, surgida em São Paulo, SP, em 1989, com a publicação do livro “Umbanda: a proto-síntese cósmica”. Esta vertente começou como uma derivação da Umbanda Esotérica, porém aos poucos foi se distanciando cada vez mais dela, conforme ia desenvolvendo sua doutrina conhecida como movimento de convergência, que busca um ponto de convergência entre as várias vertentes umbandistas. Nela existe uma grande influência oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito, e há a crença de que a Umbanda é originária de dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o livro “Umbanda: a proto-síntese cósmica”; a Faculdade de Teologia Umbandista, fundada em 2003; o Conselho Nacional da Umbanda do Brasil, fundado em 2005; e as tendas e ordens criadas pelos discípulos de Rivas Neto.
Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica, associados, cada um deles, a mais um Orixá, de sexo oposto, formando um casal: Orixalá-Odudua, Ogum-Obá, Oxóssi-Ossaim, Xangô-Oyá, Yemanjá-Oxumaré, Yori-Oxum, Yorimá-Nanã. Por esta associação nota-se que alguns Orixás tiveram seu sexo modificado em relação a tradição africana (Odudua e Ossaim).
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás principais do par: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).
Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras de Umbanda e a roupa preta, associada ao vermelho e branco, nas de Exu, sendo admitidos o uso de complementos por sobre a roupa dos médiuns, tais como cocares de caboclos. Nela encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, atabaques  e tábuas com ponto riscado nos trabalhos.
Livros doutrinários: Esta vertente usa o seguinte livro como principal fonte doutrinária: “Umbanda: a proto-síntese cósmica”.

Umbanda Sagrada

Outros nomes: Não possui.
Origem: É a vertente fundamentada por Pai Benedito de Aruanda e pelo Ogum Sete Espadas da Lei e da Vida, através do seu médium Rubens Saraceni (1951 – ), surgida em São Paulo, SP, em 1996, com a criação do Curso de Teologia de Umbanda. Sua doutrina procura ser totalmente independente das doutrinas africanistas, espíritas, católicas e esotéricas, pois considera que a Umbanda possui fundamentos próprios e independentes dessas tradições, embora reconheça a influências das mesmas na religião.
Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, fundado em 1999; o Instituto Cultural Colégio Tradição de Magia Divina, fundado em 2001; a Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo, fundada em 2004; os livros escritos por Rubens Saraceni; o Jornal de Umbanda Sagrada editado por Alexandre Cumino; o programa radiofônico Magia da Vida; e os colégios e tendas criadas por seus discípulos.
Orixás: Nesta vertente os adeptos podem realizar o culto aos santos católicos da maneira que melhor lhes convier e os Orixás são entendidos como manifestações de Deus que ocorreram sobre diferentes nomes em diferentes épocas, sendo reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de catorze Orixás agrupados como casais em sete tronos divinos: Oxalá e Logunan (Trono da Fé); Oxum e Oxumaré (Trono do Amor); Oxóssi e Obá (Trono do Conhecimento); Xangô e Iansã (Trono da Justiça); Ogum e Egunitá (Trono da Lei); Obaluaiê e Nanã (Trono da Evolução); e Iemanjá e Omulu (Trono da Geração). Os sete primeiros de cada par são chamados Orixás Universais, responsáveis pela sustentação das ações retas e harmônicas, e os outros sete, Orixás Cósmicos, responsáveis pela atuação corretiva sobre as ações desarmônicas e invertidas, sendo que alguns deles seriam considerados manifestações do mesmo Orixá nas tradições africanas (Obaluaiê/Omulu e Iansã/Egunitá).
Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Povo(s) do Oriente, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-Mirins e Malandros(as).
Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas, atabaques, imagens e pontos riscados nos trabalhos.
Livros doutrinários: Esta vertente usa toda a bibliografia publicada por Rubens Saracen, tendo os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “A evolução dos espíritos”; “A tradição comenta a evolução”; “As sete linhas de evolução”; “As sete linhas de Umbanda: a religião dos mistérios”; “Código de Umbanda”; “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”; “Formulário de consagrações umbandistas: livro de fundamentos”; “Hash-Meir: o guardião dos sete portais de luz”; “Lendas da criação: a saga dos Orixás”; “O ancestral místico”; “O código da escrita mágica simbólica”; “O guardião da pedra de fogo: as esferas positivas e negativas”; “O guardião das sete portas”; “O guardião dos caminhos: a história do senhor Guardião Tranca-Ruas”; “Orixá Exu-Mirim”; “Orixá Exu: fundamentação do mistério Exu na Umbanda”; “Orixá Pombagira”; “Orixás: teogonia de Umbanda”; “Os arquétipos da Umbanda: as hierarquias espirituais dos Orixás”; “Os guardiões dos sete portais: Hash-Meir e o Guardião das Sete Portas”; “Rituais umbandistas: oferendas, firmezas e assentamentos”; e “Umbanda Sagrada: religião, ciência, magia e mistérios”.
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Abaixo segue a versão gráfica, simplificada, das vertentes acima descritas, de acordo com seu surgimento, bem como uma possível fonte de interrelacionamento entre elas. As vertentes foram, ainda, relacionadas à antiga nomenclatura usada para diferenciar os tipos de Umbanda, que são:
  • Umbanda Branca – agrupa as Umbandas que seguem uma doutrina mais próxima do espiritismo-catolicismo, utilizando inclusive os livros da doutrina espírita como fonte doutrinária, onde os médiuns se vestem apenas de branco e onde não há uso de atabaque, não há gira para Exus, Pombagiras, Malandros e quaisquer entidades quimbandeiras e não há uso de sacrifícios de animais;
  • Umbanda Branca Esotérica – caso particular das Umbandas Brancas, pois além de possuírem as características acima, também fazem uso de práticas consideradas de cunho esotérico-ocultista (cristais, numerologia, mantras, meditação, etc);
  • Umbanda Cruzada – contração da antiga expressão Umbanda cruzada com Quimbanda, agrupa as Umbandas onde, além das giras para as entidades da Umbanda, também ocorre gira para as entidades que originalmente faziam parte apenas da Quimbanda (Exus, Pombagiras, Malandros e outras entidades quimbandeiras), caso nos quais os médiuns eram autorizados a usar roupas escuras (especialmente a preta) para incorporar essas entidades e era normal fecharem o Gongá com uma cortina durante o trabalho deles, sendo possível encontrar nessas Umbandas a prática do sacrifício de animais para oferendar as entidades quimbandeiras;
  • Umbanda Traçada – um caso particular da Umbanda Cruzada, seu nome é uma contração da antiga expressão Umbanda Cruzada Traçada com Candomblé, pois agrupa as Umbandas Cruzadas que possuem doutrinas, ritos e práticas originários das tradições africanas, principalmente aquelas oriundas dos diversos Candomblés, sendo possível encontrar, dentro delas, a prática do sacrifício de animais para os Orixás;
  • Umbanda Esotérica – um caso particular da Umbanda Cruzada, seu nome é uma contração da antiga expressão Umbanda Cruzada Esotérica, pois agrupa as Umbandas Cruzadas que também fazem uso de práticas consideradas de cunho esotérico-ocultista (cristais, numerologia, mantras, meditação, etc).
Importante ressaltar que a posição das vertentes no gráfico não possui nenhuma relação com questões de hierarquia superior ou inferior entre elas: foi apenas para facilitar a visualização das informações ali contidas.
"Esta imagem pertence ao Blog Registros de Umbanda"

quinta-feira, 19 de março de 2015

Mensageiros do Amor Universal

Estou sentado, banhado em uma energia poucas vezes sentida antes. Lágrimas saem dos meus olhos pelo privilégio que tenho neste momento de entrar em contato com consciências tão superiores a minha. Não sei se vou conseguir repassar em palavras o que eles estão me mostrando, mas espero que pelo menos este sentimento enorme, que não cabe no meu peito, seja possível de perceber a cada letra digitada.  Me desculpem por não ter capacidade de repassa tamanho sentimento, não tenho palavras para expressar o que estou sentindo agora, portanto vou tentar, humildemente eu vou tentar e peço desculpas ao Grupo e aos amigos se algo faltar.




Meus amigos, meus irmãos, meus companheiros de caminhada. Dentre tantas tempestades, sempre há o sol! Dentre tantas dificuldades sempre há a bonança. Sim, esta é a vida na Terra, oscilações, momentos em que se pode vivenciar as duas pontas da mesma energia que é o TODO.

Acreditem nos propósitos dados ao trabalho que realizamos, nós deste plano e vocês aí na Terra. Não há mal que não tenha amor dentro de si e, muitas vezes, o ódio é amor velado, mal trabalhado e incompreendido.

Tudo que está ocorrendo é permitido pelo TODO, pois nada se faz neste universo que não seja obra DELE. O TODO está em TUDO, entendam isso e confiem no caminhar, pois sua obra não desampara ninguém.

Zifios, esse Pretinho vos fala mais uma vez, mas na certeza de que ocês precisam escutar com o coração e não com as cabecinhas duras que oces tem. Confiem no NOSSO SENHOR, confiem em todos que trabaiam pra esse grupo e entendam que ele é bem dos grande e a força espiritual que emana dele tem um potencial muito formoso.

Trabaiem sempre no amor, se lembrem sempre que é um trabaio espiritual, que o mais importante é estar ligado de corpo e alma na força dos nossos queridos Orixás, na força de Nosso Papai do Céu, pois o único jeito de curar a dor é com o amor!

Ocês foram alertados sobre momentos difíceis, mas talvez não tenham entendido...hihihihi!!! Óia meus fios, a força espiritual de cada um está dentro da espiritualidade que cada um carrega, ninguem pode dar mais do que tem, nem resorver mais do que sabe, por isso ocês fazem parte de um grupo, de encarnados e desencarnados, formando uma corrente do BEM....hihihihi!

Okê, meu filhos. Quando esse Caboclo caçava na Terra ele aprendeu a observar a Natureza. Essa grande mãe que nos carrega no peito é a expressão divina mais próxima aos olhos de vocês. Quando o Caboclo caçava ele fechava os olhos e procurava sentir aonde estava a caça, seja através do cheiro, carregado pelos ventos, seja através do calor que emanava do solo, seja através do som, que ecoava na beira das arvores, seja através da intuição de quem buscava algo para sobreviver, mas confiávamos que nossa Mãe sempre nos daria o que precisávamos e isso nunca faltou, portanto CONFIEM.

Prestem mais a atenção no que acontece, escutem mais, analisem a situação como um todo e se equilibrem para expor aquilo que estão percebendo, pois tudo está ai para que vocês possam notar, basta que vocês se coloquem a disposição disso.

Um trabalho espiritual não se faz somente com desencarnados, um trabalho espiritual se faz com espíritos, e estes todos somos, portanto entendam que trabalhar espiritualmente é ser o melhor que você pode ser com todos que se apresentarem em sua frente, com seu amigo do lado, com o desconhecido que cruza seu caminho ou com um desencarnado em sofrimento.

Irmãos, que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco!

A fé e a devoção são partes essenciais daqueles que acreditam na vida eterna. Fazer o bem, se doar, praticar a caridade, são adjetivos essenciais para que um trabalho seja realizado. Se o propósito é este e esta sedimentado nos corações de cada um, não há o que temer.

Dificuldades são inerentes a vida de cada um, não tenham qualquer dúvida com relação a isso. Nem o maior dos Mestres passoua vida sem dificuldade. Na realidade ele sofreu na pele a ignorância do ser humano, ma nunca renunciando o seu Amor e a sua Confiança em Deus nosso Pai.

Sejam acolhedores como a Virgem Maria, sejam fortes e firmes como o Espírito Santo e Amem e exerçam sua fé como Nosso Senhor Jesus Cristo, tudo em prol e nas mãos de Deus, pois sem ele nada se faz. Amém!

Meus amigos, humildade, fé, caridade e irmandade! Devoção, conhecimento e alegria! Disciplina, disciplina e disciplina! Sim, a tarefa como medianeiro dos dois mundos exige tudo isso. É através desta pratica que este grupo de semeadores do bem farão seus trabalhos para atingir o coração alheio.

Poucos são aqueles que se dispõem a esta tarefa, menos ainda aqueles que o fazem pelos propósitos mais altos e divinos, por isso sejam sempre atentos e disponham de vossos corações para atingir os objetivos maiores a que se propuseram nesta missão tão bonita e benéfica.

Coloquem seus corações na frente de tudo e de todos. Abracem a cada um com o carinho e a felicidade de um ente querido e não renunciem ao Amor, pois este é o combustível que move a todo este grupo que se faz presente, na Terra e nos Céus!

Irmãos Fraternos, da cruz de Nosso Senhor que se juntou o Triangulo das iniciações. Estamos aqui para falar a vocês, entendam, vocês não estão sós na tarefa que se propuseram e por mais difícil que possa parecer tudo está dentro daquilo que foi programado e projetado.

Este grupo atuará de forma aberta e universalista, e sua base espiritual é sólida e firme, pois ela está no Amor do Oriente com o Ocidente, da Lua com o Sol, da Terra com o Astral!

Entendam que todos possuem seu valor e que a hora já é passada de vocês tomarem os seus lugares na organização dos trabalhos. A liderança é cooperativa, tanto aí como aqui. Não se faz um teto sólido sem alicerces firmes e cada um de vocês é um destes alicerces e para o grupo prosperar se faz necessária a tomada de responsabilidade por parte de cada um, com respeito, humildade, amor e tranquilidade.

A força da casa está na União, não em um ou outro, da mesma forma é do lado de cá e não existe como fugir a regra: Lá como cá!

Sim, meus irmãos, cada um de vocês tem dentro de si suas convicções espirituais e seus alicerces, que devem ser postos em prática se juntando a cada pedaço que compõe este grupo, pois tudo isso foi traçado, escolhido e preparado pelo Plano Divino.

Sejam fraternos e humildes no caminhar, levando para este trabalho e para o dia a dia tudo que vocês tem de melhor.

Estejam na paz!!! São os votos de amor e alegria de todos nós, amigos, companheiros e irmãos de caminhada!

Aloha!

Saravá!

Namastê!

Amém!



OBS: Estava mexendo no meu altar, prática que executo semanalmente e senti uma presença muito forte me pedindo para escrever algumas palavras sobre o momento vivido pelo Grupo que participo. Para minha surpresa senti a presença de vários amigos espirituais relevantes (que não vou mencionar o nome, pois assim eles pediram). Cada um me intuiu a escrever tais palavras, e assim repassar ao grupo.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Guias, Orixás, Amuletos cruzados. O que são?

Muito se ouve falar de linhas cruzadas em um trabalho e muitas dúvidas são criadas sobre este assunto, pois não é o tipo de informação que consta em livros ou mesmo é passada de forma oficial, sendo tratada de forma individual e esbarrando nas doutrinas estipuladas nesta ou naquela casa. Este conhecimento é quase que de tradição oral e seu entendimento pode variar de acordo com a situação em que a palavra foi aplicada.

Para entendermos o que é Cruzamento vamos nos ater ao sentido etimológico da palavra:

Cruzamento: s.m. Ato ou efeito de cruzar; interceptação. Ponto onde duas vias se cortam; encruzilhada. Acasalamento de animais de raças diferentes. ( http://www.dicio.com.br/cruzamento)

Veja que cruzar algo é fazer com que duas coisas aparentemente diferentes se encontrem em determinado momento, criando um elo comum.

Muito se ouve falar sobre Guias Cruzados, Entidades Cruzadas, Energias Cruzadas, Orixás Cruzados, Entregas Cruzadas, Amuletos Cruzados e uma série de outras denominações dentro de um trabalho espiritual, especialmente na Umbanda.

O primeiro ponto a se levantar é o seguinte: Sempre trabalhamos com um conjunto de energias, nunca com uma só, portanto podemos dizer que o tempo inteiro estamos cruzando estas forças a medida que o trabalho exige.

Se trabalhamos diversas energias, por que dizemos que estamos cruzados com esse ou aquele tipo?

Creio que podemos elencar três situações padrões para sentir a energia de forma diferente e então sentir tais cruzamentos, digo sentir, pois como já falei anteriormente nunca trabalhamos com somente uma energia, mas sim com várias que estão contidas no ambiente e atuam conforme a necessidade do que está sendo feito, são elas:



- Situação 1: Orixás Cruzados:

Temos na Natureza a fonte primordial das energias dos Orixás. Em um trabalho de Umbanda nos utilizamos de tais foças e as invocamos, seja através das oferendas, rezas, cânticos, elementos ou pelo próprio transe anímico despertado pelo Orixá de cada frequentador/trabalhador da casa.

Pela nossa força de vontade e devoção pedimos a presença desta ou daquela força neste ou naquele trabalho, mas como dito anteriormente, estamos imersos em TODAS as forças dos Orixás na Natureza. Ao abrir nossa percepção e concentração para trabalhar com aquele Orixá, naturalmente podemos sentir sua força e sua presença de forma ainda mais forte, no entanto isso não quer dizer que anulamos as outras forças. Deste modo, veja que podemos estar sob a energia primordial daquele Orixá, mas por força de trabalho absorvemos outras forças, que nos fazem transitar entre o Orixá cultuado naquele dia e outro que se faça presente por uma outra necessidade de forma mais ostensiva.

Para ilustrar podemos dizer que estamos em um trabalho para abertura de caminhos com Ogum, mas se faz necessário que para aquele momento também tenhamos despertos os nossos sentimentos mais profundos, mais amorosos, então também se faz presente a energia de Oxum e alguns Médiuns e Frequentadores sentem os dois Orixás e dizem que eles estavam CRUZADOS, ou seja, atuando em conjunto para um fim específico.

- Situação 2: Guias Cruzados:

Neste caso se faz ainda mais fácil a percepção. Para entender esta situação vamos falar rapidamente sobre o transe mediúnico.

Um Guia espiritual não "toma posse" do corpo do Médium, na realidade as energias entre os dois interagem, ligando-se através de pontos de força ou vórtices energéticos chamados de Chakras* . A percepção do Médium com o Guia se dá dentro de um Campo Energético, em um fenômeno denominado Acoplamento Auríco, ou seja, uma Consciência entra em contato com outra Consciência de forma mais ostensiva e, ao acessar o seu campo energético comum atuam na manipulação energética do trabalho proposto.




Deste modo podemos entender que durante um trabalho mediúnico, possivelmente vai existir mais do que uma consciência atuando, ou seja, mais de um Guia ajudará naquele trabalho realizado. Sendo assim, perceba que é possível um destes Guias agir em conjunto com o outro, enviando ao Médium mais informações e cargas energéticas para o trabalho. Isso pode causar no Médium a sensação de estar trabalhando com dois Guias incorporados ao mesmo tempo, o que pode ser verdade, pois ambos tem a capacidade de se ligar ao Médium e levar informações para que ele atue durante o trabalho.

Quando o fenômeno acima ocorre dizemos que o Médium está trabalhando Cruzado com um ou mais Guias. Um deles toma a frente, mas os outros ajudam no trabalho e podem ser percebidos, dependendo do caso.

Não há nada de errado nisso e devemos entender que cada linha de trabalho tem sua especificidade e se for necessário existir o acoplamento de mais Guias para que o trabalho tenha um melhor resultado, que assim seja.



- Situação 3: Guias e  Amuletos Cruzados

Aqui se faz um parentese para definir o que é CRUZAMENTO e o que CONSAGRAÇÃO.

Consagrar é dedicar a Deus, tornar algo divino, mudar algo profano para o sagrado. Deste modo podemos entender que Consagrar algo é fazer com que aquilo represente energeticamente a sua ligação com o Alto, ou seja, é um objeto utilizado para irradiar e representar para VOCÊ uma ligação com o que existe de mais sagrado naquilo que acredita. Sendo assim, entendo que a consagração só pode ser feita através da pessoa que quer dar esta finalidade ao objeto consagrado, caso contrário ela perde o sentido, uma vez que ela será ligada ao Divino por quem deseja ter seu item consagrado e o divino de cada um é pessoal.

Uma vez consagrado, este objeto deve permanecer guardado e escondido do mundo Profano, caso contrário seu tônus energético perde a função divina a ele dada e se faz necessária nova consagração, além de representar o Divino apenas para o detentor daquele objeto.

Cruzar um objeto (Guia ou Amuleto) é dar a ele uma função especifica além da que ele representa vibratoriamente. Cada objeto tem vibração específica na natureza, além de sua vibração é possível se aplicar um comando mental pra que se criem formas pensamento em torno dele de modo que ele exerça ou aumente a sua função destinada.

Podemos tirar por exemplo uma Pedra Preta como Onix. Esta pedra possui a vibração absorvedora de energias negativas. Uma vez que esta pedra é acrescida do comando mental ao ser cruzado por um Guia Espiritual, por exemplo, a torna ainda mais eficiente. Podemos dizer que a força do pensamento aplicado é um dínamo neste processo energético, mas se faz necessário que a pessoa entenda a função daquele objeto cruzado e reforce o comando a ele aplicado, coisa que muitos poucos o fazem.

Podemos entender CRUZAR algo é simplesmente somar forças para uma finalidade específica de forma temporária, aumentando a eficiência do trabalho realizado. Nada mais e nada menos do que isso.

Saravá!

Aloha!

Namastê!

Amém!





(Chacras ou xacras, também conhecidos pela grafia chakras segundo a filosofia iogue, centros energéticos dentro do corpo humano, que distribuem a energia (prana) através de canais (nadis) que nutre órgãos e sistemas)1 2

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Assentamento, Altar e Tronqueira. Para que servem?

Desde épocas remotas encontramos trabalhos espirituais na humanidade, ou seja, o trabalho espiritual, seja ele religioso ou não, é parte da cultura do homem e se propaga através dos tempos. Não importa qual linha se segue, qual Mestre se venera, quais divindades se apresentam, o fato é que sempre houveram  na história cultos espirituais que visavam este intercambio entre o sagrado e o profano.

Cada trabalho espiritual se assemelha ou faz parte de uma egrégora *, deste modo participa de um conjunto de energias que abastecem e permeiam aquele trabalho a ser executado. 

Todos os Templos (locais sagrados) possuem seus mistérios ao serem construídos. Tais mistérios fazem parte de uma simbologia que estão em acordo com a filosofia aplicada àquela doutrina, no entanto temos alguns pontos em comum entre cada um destes Templos e tais pontos não coincidem por acaso, mas sim por uma questão energética, e é neste ponto que eu quero me aprofundar um pouco mais.

A preparação de um Templo exige do seu Mestre, Guru, Dirigente, Chefe um certo conhecimento que servirá de base para aplicação da construção do mesmo. Esta é uma regra geral, não se restringe a esta ou aquela doutrina e faz todo sentido, afinal quem vai buscar o Templo se afeniza com os FUNDAMENTOS nele empregado. 

Percebam que me utilizei da palavra FUNDAMENTO, pois isso é de suma importância na criação deste Local Sagrado. Por qual motivo levantei esta questão? Simples, uma casa espiritual receberá espíritos, encarnados ou não, que carregam em si uma carga energética, tais cargas possuem os pensamentos, sentimentos e emoções de cada um que a procura e nem sempre eles são os mais benéficos.

Além da filosofia ou doutrina aplicada ao Templo, é necessário que se observe quais trabalhos serão desenvolvidos naquele local, ou seja, será um trabalho de atendimento, de cura, de desobsessão ou será apenas uma escola? Para tudo isso existe uma preparação específica que vai delimitar, naturalmente, quais os tipos de energias que serão trabalhadas naquele local e quais espíritos (encarnados e desencarnados) serão atraídos para lá.

Dito isso, podemos adentrar um pouco mais na fundamentação que é aplicada a uma casa espiritual e vou me basear um pouco mais na Umbanda, pois é a que demonstra isso de forma mais aberta e a qual tenho mais conhecimento a respeito, no entanto é fato que podemos estender isso, em outra linguagem obviamente, em outras linhas de trabalho e cada uma terá sua particularidade e fundamentação.

Uma casa espiritual possui  a energia de seus Trabalhadores, dos Guias, Mentores e Amparadores Espirituais, dos Assistidos / Frequentadores e de seus Alunos (no caso das escolas). Somados a isso temos a egrégora a qual aquela casa e trabalhadores estão ligados. 

Dito isso, devemos entender que um Templo é procurado, na maioria das vezes, para tratar as mazelas de alguma pessoa, para dar alento, força, despertar a fé e curar (fisicamente e emocionalmente) aqueles que o buscam. Deste modo devemos entender que as energias despejadas lá não são as mais positivas e construtivas e que a quantidade de pessoas que buscam esse local com problemas é muito maior do que a quantidade de trabalhadores que lá se doam com suas mais nobres intenções, embora mesmos estes são seres humanos e também oscilam na qualidade de seus trabalhos, já que se afetam emocionalmente no seu dia a dia. 

Por este motivo se faz necessário criar neste Templo elementos que vibrem de forma positiva, que captem as energias espirituais e que dispersem as energias deletérias deixadas no local e é esta a função dos Assentamentos, Altares e Tronqueiras, tão falados num Terreiro de Umbanda, mas que se aplicam também em outras casas religiosas.


- Assentamentos: entende-se por assentar alicerçar algo, acomodar algo, ou seja, assentamento é criar a base do Templo, seria como a fundação de um edifico, é em cima dele que se constrói todo o restante. Ele dará base para que tudo se desenrole. 

Do ponto de vista energético o assentamento dará ao Templo a ligação das energias Divinas Espirituais com a Terra, com o trabalho material. Ele vai prover, criar e espalhar todo o conteúdo energético necessário para que sejam desenvolvidas as atividades daquele local.

Nos assentamentos sempre temos algo Divino sob o ponto de vista daquela doutrina para criar o elo energético entre seu ponto de força Natural e aquela casa. Esses elementos são encontrados na natureza e representam uma parte energética da criação e que reflete o DNA energético daquela divindade. Pode ser ele uma pedra, água, ervas, terra, flores, plantas e assim por diante. 

Após a escolha dos elementos, que geralmente é determinado pelo Dirigente do trabalho em consonância com os Guias da casa, eles são consagrados e passam a incorporar energeticamente aquele Templo, irradiando ininterruptamente o tônus energético necessário para que as tarefas sejam desenvolvidas.

Podemos comparar os assentamentos às usinas de energia que temos no plano físico. Imaginemos que as energias que precisamos são as águas de um grande rio, mas  para gerar um grande volume de queda e girar as turbinas temos que concentra-las em uma barragem. Esta barragem seriam os elementos consagrados conseguidos na natureza e desta forma eles geram a energia necessária para aquele Templo funcionar.

Na Umbanda temos Assentamentos de Orixás (Divindades Africanas cultuadas nos rituais de Umbanda sob a influência dos Negros trazidos da Africa), e/ou dos Guias e linhas de trabalho que lá vão trabalhar. Isso geralmente é determinado pelo Dirigente (Espiritual) da casa.

São colhidos os elementos da Natureza, geralmente estão ligados aos 4 elementos: ar, fogo, terra e água, que são ativados pelos Chefes (encarnados e desencarnados) da casa através de rituais que imantam e dirigem estas energias para seus respectivos pontos de força.

Uma coisa muito importante para entendermos este conceito é que toda energia é moldada aos pensamentos, sentimentos e emoções dos que fazem parte daquele trabalho. Sendo assim, percebam que a INTENÇÃO proposta neste ritual tem forte influência no sucesso da ativação deste princípio, que é retroalimentado em todos os trabalhos espirituais realizados naquele Templo, sendo isso parte dos rituais realizados toda vez que a casa é aberta para trabalhar.

Muitos dirigentes dizem uma frase com a qual eu concordo: Só assentamos o que temos dentro de nós!

Essa é uma verdade absoluta, pois somos o dínamo do processo energético e é isso que vai delimitar a qualidade de todo o trabalho realizado. Não há como fugir desta regra. Deste modo podemo entender que o comando energético de todo trabalho realizado nos assentamentos e nos outros fundamentos é determinado pela força de vontade e qualidade energética que são depositados na realização destes trabalhos.

Outro ponto muito comum em Templos em geral é o Altar. Ao contrário dos Assentamentos, que são guardados em locais específicos sem acesso ao publico em geral, o Altar é algo que fica exposto a todos que frequentam o local e é facilmente identificado (propositadamente).




O que é Altar:  "sm (lat altar1 Espécie de mesa destinada aos sacrifícios e outras cerimônias religiosas, em qualquer religião..." (Michaellis).

Pela definição acima podemos entender o quão sagrado é o Altar para cada uma de suas religiões ou cultos. Na antiguidade os sacrifícios eram comuns à diversas religiões. Ofertava-se algo à divindade em busca de uma graça qualquer, para muitas religiões, quanto maior o sacrifício, maior a graça alcançada (veja que isso não é tão diferente hoje em dia). Daí podemos entender o sentido da barganha realizada entre o material e o sagrado em tantas religiões. Respeitando-se cada culto e suas especificidades, podemos entender  que o conceito de sacrifício se apresenta de uma forma diferente hoje em dia. Todo local sagrado busca despertar o que há de melhor dentro de cada um que o procura, porém não se alcança a mudança plena, o divino, o que há de mais Alto sem sacrificar o que há dentro de si mesmo. Por este motivo temos na cultura iniciática a morte do Profano e o Renascimento do Iniciado, ou seja, ele renegou a suas crenças mundanas para se dedicar a mudança proposta pelo sagrado. Toda mudança exige sacrifício, veja o quão difícil é sacrificarmos cada conceito dentro de nós mesmos e, no meu entendimento, este é o sacrifício real. 

Sob este ponto de vista podemos entender que o Altar é o elemento central da adoração nos Templos. É nele que se deposita ou se realiza o contato direto com a(s) divindade(s). É lá que se abre o coração para que entregue nas mãos do sagrado tudo aquilo que te aflige e que provoque a mudança que tanto se busca. 

A constituição do altar, via de regra, apresenta os Santos, Profetas, Guias, Divindades que são cultuados naquela doutrina/religião específica. Ele pode ser composto por imagens, formas, símbolos e elementos que tragam para a pessoa o que nela desperta o divino, da forma que ele é representado naquela doutrina. 

Do ponto de vista psicológico o Altar desarma a pessoa para que seus medos sejam compartilhados, mesmo que só em pensamento, através do contato com a divindade que ele pede ajuda. Pode desbloquear a pessoa, tira-la da defensiva e facilitar que perceba os caminhos que são impostos na vida de uma forma diferente. Pode tirar a pessoa da postura defensiva e leva-la a ser mais aberta e receptiva às palavras que lá serão ditas.

Energeticamente, o altar é um concentrador de energias, é nele que se acumula a energia dos encarnados que lá aparecem, junto da energia dos Assentamentos, da Egrégora do trabalho e dos Guias. É de lá que são emanadas as energias para todos que estão naquele Templo. As imagens contidas no Altar não possuem força ou vibração alguma se não forem devidamente alimentadas pela fé e devoção dos frequentadores daquele Templo, por outro lado elas se tornam um forte acumulador ao ter direcionado para si toda a fé, amor, esperança e alegria depositadas pelos seus adoradores e isso é de suma importância para o bom andamento dos trabalhos realizados. O Altar funciona como uma bateria para o Templo.

Em todos os Templos o Altar se encontra de fácil visualização, geralmente na parede central ou no ponto central e alto do local. Isso ocorre para que todos que adentrarem aquele local saibam que estão em um local sagrado. Os elementos contidos no Altar dizem qual linha, filosofia ou doutrina aquela casa atua, portanto podemos dizer que ele também gera uma identidade específica para aquele local e para o trabalho que é realizado.

A definição do Altar também é parte importante do Templo e sua montagem é determinada pelo Dirigente Espiritual do local, encarnado e desencarnado, portanto não existe uma regra básica e embora tenham elementos comuns alguns aspectos podem variar, mesmo que a religião seja a mesma.

Por fim falaremos agora do ponto que efetua o descarrego do Templo, a Tronqueira.



TRONQUEIRAS Esteios de madeira, ligados por arame (liso ou farpado), de construção simples e artesanal, utilizado em lugar das porteiras, que são mais caras, pesadas e necessitam de instalação mais preparada.
As tronqueira são utilizadas como contunuação da cerca, porém, nesta parte, os esteios não são fincados ao solo, permitindo sua abertura e fechamento sem necessidade de remendos. (http://www.dicionarioinformal.com.br/tronqueira/)
O nome de tronqueira é dado pela Umbanda à uma pequena casa ou área FECHADA destinada a captação e descarrego dos filhos que adentram o recinto. Sugere-se que TODOS que chegarem a uma casa de UMBANDA saúdem a TRONQUEIRA primeiro, pois ali já existe parte de um descarrego efetuado pela absorção natural de energia negativa que é função da tronqueira.

As Tronqueiras são colocadas na entrada do Templo, nela temos elementos consagrados e que são realimentados regularmente para que descarreguem os frequentadores e a casa sempre que necessário.

Podemos dizer que a Tronqueira cuida do Pólo negativo, ao passo que o Altar do Pólo positivo, ou que a primeira é absorvedora de energias, o segundo um emanador de energias.

Dentro da Tronqueira teremos elementos próprios para realizarem a função de absorvedor energético e o Orixá cultuado neste ponto de força é Exú, aquele que faz a guarda da casa. Não entrarei no mérito da função deste Orixá por ser um tema complexo e que merece um texto somente sobre ele, mas podemos dizer que este Orixá é o responsável pela limpeza energética primária de todos os frequentadores da casa, sua especialidade é a desconstrução do negativo, do que não faz bem, para abrir campo para o positivo e benéfico.

Percebemos que temos um pilar energético para construção de um templo e o intuito destes escritos é somente mostrar que eles podem ser percebidos na maior parte das casas e templos espalhados por aí. Me utilizei da fundamentação da Umbanda, mas é possível observar estes elementos em diversas outras linhas, muitas vezes de forma mais velada e escondida ou até com outro nome, o que não tem nada de errado.

Percebam também que mesmo dentro de uma mesma linha é possível que a montagem de cada um destes pontos de força seja feita de maneira diferente, pois cada casa desempenha um trabalho distinto e isso é necessário para a espiritualidade agir em diversas frentes, mas o princípio é o mesmo para todos (vide ilustração abaixo).

ASSENTAMENTO



TRONQUEIRA                                                 ALTAR


Este texto foi apenas para ilustrar a forma que eu vejo estes fundamentos dentro dos templos visitados. Também tenho plena consciência que nós, seres humanos, espíritos, à semelhança de Deus, temos totais condições de manipular e gerar energia suficiente para que estes pontos sejam atenuados ou inexistentes, porém na prática percebo que muito poucos o fazem ou tem a capacidade de fazê-lo e eu sou um deles.

Deste modo vamos seguir melhorando, mas também recorrendo a todas as ferramentas que tivermos disponíveis e trabalhar para que o conhecimento desmistifique o que é simples em sua essência.

Aloha!

Namastê!

Saravá!

Amém!

*Egrégora, ou egrégoro (do grego egrêgorein, «velar, vigiar»), é como se denomina a força espiritual criada a partir da soma de energias coletivas (mentais, emocionais) fruto da congregação de duas ou mais pessoas.1 O termo pode também ser descrito como sendo um campo de energias extrafísicas criadas no plano astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões vibracionais. (Wikipedia)