SOBRE PENSAMENTOS,
SENTIMENTOS E EMOÇÕES:
- Pensamentos:
Toda atividade lógica, cognitiva, racional, elaborativa e
julgadora faz parte do universo dos pensamentos. Tudo aquilo que trazemos a
nível mental e para o crivo da razão é parte do Pensamento.
De certo que nossos pensamentos guiam a nossa realidade, pois
é através deles que interpretamos e escolhemos o que é certo ou errado, o bom
ou o ruim, transformando nossa mente em uma grande ferramenta interpretativa
que nos guia frente as experiências, criando e guiando nossos atos, e, por
muitas vezes, limitando nossa visão de vida e restringindo nossa capacidade de
vivenciar novas experiências por uma série de conceitos pré-concebidos e
tomados como verdade. Nossa mente
trabalha sempre com a dualidade, pois nos faz crer em cada conceito, acolhendo
aquilo como uma verdade e nos impedindo, muitas vezes, de vivenciar outras
nuances do mesmo fato.
Para inúmeras linhas espiritualistas a mente é a fonte
criadora da realidade ilusória (Maya), pois ela cria a forma como enxergamos o
mundo a partir de um restrito conceito, por outro lado a mente é a ferramenta
da Alma para manifestação e realização do espírito no âmbito material e embora
ela seja vista como vilã da realidade espiritual, na verdade ela é uma
ferramenta necessária e inerente a vida na Terra.
Não se pode brigar com a mente, mas sim fazer com que ela
atue a favor da nossa Alma, pois o problema não está na mente, mas sim na forma
que absorvemos os conceitos e realidades impostos por questões culturais,
familiares e conceituais, ou seja, nosso sistema de crenças.
Quando se fala em aquietar a mente, na realidade é muito mais
respeitar a alma do que fazer com que ela pare. Não é papel da mente parar de
funcionar ou simplesmente apagar, ela age e impulsiona nossas ações baseadas
nos conceitos pré formatados que ela absorveu durante determinada experiência. Podemos
dizer que devemos acreditar em tudo, mas não nos apegar e criar conceitos com
relação a nada.
- Emoções:
As emoções são todas as informações captadas através de
experiências vividas e que disparam no organismo reações físicas como atividade
glandular, movimentos físicos, tom de voz, cor de pele e assim por diante,
independente de registros prévios. Temos emoções ligadas a funções instintivas,
como mecanismos de sobrevivência e emoções mais elaboradas captadas nas
relações e experiências vividas como amor, ódio, alegria e etc.
Uma vez experimentada a emoção e, dependendo da intensidade
com que foi vivenciada, ela entra em registo mental com mais ou menos força,
ganhando uma proporção de realidade ainda maior, pois o papel da mente é
proteger o indivíduo daquilo que lhe faz mal, por exemplo: uma pessoa que viveu
uma experiência ruim ao viajar de avião criou fobia de voar. Toda vez que esta
pessoa se deparar com a possibilidade de voar um gatilho racional vai
interpretar que voar é ruim, logo vivenciará a emoção de que voar não é legal e
um medo foi criado a partir desta situação.
As emoções ainda fazem parte da característica
humana/material e são experimentadas através dos sentidos, criando sensações que
depois são analisadas pela mente, posto isso Pensamentos-Emoções ainda fazem
parte de Maya, ou seja, da realidade ilusória da encarnação que se trata de uma
vida de experiência e provação do Espírito na terra, sendo portanto transitória
e que necessita da representação da mente para agir neste novo momento. Podemos
dizer que só existem dois tipos de emoções captadas, as que são boas e as que
são ruins, da mesma forma a mente interpreta aquilo que vivenciamos, sendo bom
ou ruim. O dualismo está em tudo que se interpreta neste planeta e é fruto do
conhecimento que adquirimos através das experiências emocionais e dos conceitos
que são atribuídos pelo universo racional.
- Sentimentos, a morada do Espírito.
Existem inúmeros conceitos que misturam e se complementam
quando falamos de Emoções e de Sentimentos. É muito fácil dissociar o que é
Mente/Pensamento do que é Emoção ou Sentimento, já esclarecer a diferença entre
o Sentimento e a Emoção é por vezes tarefa cruel, uma vez que o próprio
vocabulário confunde um com o outro, muitas vezes experimentamos os sentimentos
e as emoções e a descrevemos com o mesmo vocabulário.
Há correntes que afirmam que as emoções são experiências
curtas e sensoriais que trazem para o corpo informações acerca do meio e dão
respostas psicofísicas a tais condições, por outro lado os sentimentos surgem
como resultado de experiências emocionais dando consciência anímica ao ser. Com
outras palavras sentimentos seriam emoções conceitualizadas que determinam o
estado afetivo do ser: se são positivas o ânimo é bom, se são negativas, o
ânimo é ruim.
Para facilitar este estudo utilizaremos o conceito da
Espiritologia que atribui o Sentimento ao que provém do Espírito enquanto
vivencia. Para captarmos o que significa isso devemos entender que não existe
vocabulário terreno para descrever o Espírito, portanto temos apenas uma breve
idéia do que ele representa, mas como espiritualistas que somos entendemos que
SOMOS o Espírito vivendo um período de transitoriedade na terra através das vicissitudes
reencarnatórias, buscando a evolução consciencial.
Como a Mente é a ferramenta de comunicação e realização entre
a realidade espiritual e a realidade material, podemos entender que o universo
mental não é a realidade espiritual, portanto é apenas parte dele. A mente é
dual, portanto age dentro do conceito de bom ou ruim, interpretados pela lógica
e pelas emoções, conforme mencionamos acima. Logo, para ser saudável é necessário que
exista a doença, ou para ser feliz precisa existir a tristeza.
No âmbito espiritual não existe dualidade, não existe certo e
errado, na realidade existe a compreensão de que a criação é perfeita e de que
o Todo está em Tudo, não havendo conflitos de qualquer espécie, nem restrições
de qualquer maneira. Não existe forma, nem corpo, a manifestação é a luz, logo
tudo que o Espírito vivencia é SENTIDO, ou seja, o SENTIMENTO é a forma que o
Espírito vivencia a realidade, sendo a sua base o Amor Incondicional.
O Amor é o sentimento que governa o universo é a expressão
pura divina e por este motivo não gera dúvidas nem intercorrências, é um verbo
intransitivo, se Ama e pronto, qualquer objeção, questionamento, condição
imposta no amor não é divino e tampouco Espiritual, portanto não está sendo
sentido, mas sim mentalizado, raciocinado, sendo projeto da mente, ou seja, da
parte e não do Todo.
Por esta lógica todo sentimento que não causa conflito é
Espiritual, portanto Amor, Alegria desinteressada, Bem Estar, Bem Aventurança e
etc faz parte da vivência espiritual e está ressoando com a realidade
Espiritual. Sendo assim os sentimentos, provenientes do Espírito, são imantados
nos corpos que atuam no nível Angelical.
Do ponto de vista terapêutico não se tratam sentimentos, o
que se trata é o pensamento-emoção, o sentimento é a cura para o não conflito
que gera a doença, por este motivo os curadores, conforme dito acima, atuam na
religação do indivíduo (EU) com seu Espírito (Eu Superior), pois ao entrar em
contato com a realidade espiritual não há mais doença, pois não existe mais a
dualidade.
Aloha!
Namastê!
Amém!
Saravá!