Lendo um Blog bacãna http://opicodamontanha.blogspot.com.br/2012/12/treinando-mente-no-retiro.html?spref=fb vi este post que achei muito interessante. É de um monge Budista que dá ótimas sacadas conscienciais.
Vou transcrever o texto e abaixo comento.
"Pergunta – Qual o problema do erro? Existe, de fato, problema em cometer erros?
Monge
Genshô – Os erros acontecerão, isso não é importante. Por exemplo, eu
chamo o Jisha e lhe digo: “O altar de Buda está sujo”. Ele estará errado
se disser, para se desculpar: “Pois então, o pessoal da limpeza não
veio ontem e hoje o encarregado faltou”. Se o altar de Buda está sujo,
ele deve pegar um pano e limpá-lo rapidamente, sem desculpas ou
questionamentos. A atitude correta é essa, sendo incabível tentar
encontrar o encarregado ou responsável que não exerceu corretamente sua
função. Não perguntamos quem quebrou o vaso, juntamos os cacos e
varremos o chão. Perguntar ou procurar pelo culpado é enaltecer o ego,
que é separação. (O culpado está lá o certo sou eu que estou aqui, sou
superior...etc...)
Pergunta - Uma das coisas que a gente percebe
em qualquer individuo é o surgimento de uma certa vaidade. Assim como na
mente de zazen surge o pensamento, pode surgir a culpa?
Monge
Genshô – Como pode haver culpa se somos todos uma unidade? Se alguém se
mexe no zazen, quem está se mexendo? Suponhamos vinte pessoas na sala e
uma que se mexe: quem está se mexendo? Todos. A Sangha está se mexendo. A
Sangha não está imóvel. Não é aquela pessoa que não está imóvel, é a
Sangha. É essa a visão. Não há culpa ou não culpa, simplesmente, está
acontecendo, é essa a visão que temos que entender. Você vai para um
sesshin e alguém deseja algum cargo, alguma função. Não deve existir o
desejo por alguma coisa. Se alguém receber alguma incumbência, deverá
cumpri-la; se não receber função alguma, não deve sentir-se
sensibilizado por isso, pois essa é demonstração de ego. Temos que
atentar para o fato de que cada um deve cuidar de si mesmo. É isso que
está sendo visto. Vocês percebem que isso é diferente do que vemos no
mundo, onde todos querem se destacar e ter sucesso. Na Sangha não pode
haver o desejo de destacar-se. Há um ditado japonês, que provavelmente
veio do zen, que diz: “Um prego que se destaca será martelado”. E se não
se destaca? Ótimo. Ele está no mesmo nível de todos os pregos, não está
fazendo nada para tornar-se diferente, está executando exata e tão
somente sua função, que é segurar a madeira. As regras são essas, não
se justifique, não explique, não compare.
Comentário – Eu faço
muito isso Monge, o tempo todo. Há coisas com as quais as pessoas não se
importam e eu gostaria que elas se importassem, pois gostaria de ter
seu reconhecimento, gostaria que elas vissem que ajo ou faço algo
corretamente.
Monge Genshô – Mas se você percebe, isso já é uma
grande coisa, porque fazemos coisas erradas o tempo todo; eu faço muitas
coisas erradas. É impossível ser perfeito. Mas temos que saber de onde
vem, por que e como agir nestas situações, e pedir desculpas, porque não
é isso que as pessoas estão acostumadas a fazer, as pessoas estão
acostumadas a se justificar, a se defender. Dizem: “imagina, não fui eu,
aliás, isso aconteceu porque Fulano fez tal coisa”. As três palavras no
treinamento zen dos monges noviços são: sim, desculpe, obrigado."
Trazendo para o cotidiano dos Esquisotéricos que se acham iluminados podemos tirar uma boa lição do texto acima. O que é errar? Existe alguém perfeito? O que fazer com seu erro? O que esperar dele? Devemos esperar algo?
Errar é inerente a todo o ser humano. Se você está na Terra é porque tem muito a melhorar, ter consciência disso já é um grande fato, pois lhe traz a humildade de rever conceitos e se colocar na posição do outro, trantando cada um como igual.
Ao errar nos culpamos, ora se estamos aqui para aprender é evidente que erraremos, não há necessidade de culpa, foi apenas uma lição. Se analisarmos sob um contexto maior isso não só lhe dá uma nova perspectiva como também lhe faz retrabalhar o erro, tomando consciência do que mudar para esta nova realidade.
Devemos agir em consonância com o nosso interior, com o nosso Eu maior, tudo que estiver fora disso vai acarretar erros de percurso e aprendizado. Precisamos de fato sofrer para obter tal aprendizado? Não, precisamos compreender e realidade como ela se apresenta e termos noção de que estamos apenas começando em uma jornada evolutiva infinita.
Quando acertamos queremos ser festejados, quem não se sente inflado quando recebe elogios? Isso dá aquele aumento de autoconfiança e aquela super inflada no Ego. Aliás esse tal de ego está sempre nos pregando peças. Muitas vezes passamos por cima de situações que sabemos não ser condizentes com o bem comum somente para satisfazê-lo. Tudo bem, isso é um trabalho de reeducação que não se alcança da noite para o dia, mas tomar consciência deste fato e agir em fraternidade com todos já é um enorme passo para diminuir este tal Ego.
Digo mais, tem muita gente que não faz nada para alimentar o Ego, mas será que isso também não é seu próprio ego aguardando que alguém lhe elogie por isso. Então amigo, enquanto ainda não dominou esta parte do seu ser faça algo de útil para uma maioria e não se preocupe com o rótulo de egoísta que eventualmente venha a receber de outro egoísta que acabou de te criticar.
Em sintese: fazemos somente o que precisamos fazer, a responsabilidade é única e exclusivamente nossa de passar pelas experiências da vida. Se erramos, tudo bem!! Mova a poeira, compreenda o erro e tente novamente da maneira correta, sempre agindo com princípios maiore e elevados.
Aloha!
Namastê!!
Amém!!!
Saravá!!!
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