Recebi de um primo um texto (que transcreverei abaixo) muito interessante sobre uma psicografia de um padre que foi aceita por algumas correntes da igreja católica.
Para os que leram outros posts que escrevi sabem que não me amarro em doutrina nenhuma, mas busco compreender o que cada uma traz de bom. Tento estudar a respeito e de certo modo entender as mensagens trazidas pelos mestres de cada filosofia.
Para mim fica bastante obvio que as coisas estão convergendo para uma mesma verdade, até porque aquilo que é verdade é impassível de sustentação, ou seja, não importa o quanto é questionado, mas ela será eterna e um dia vem a tona.
A realidade espiritual não é mistério para muitas das antigas doutrinas religiosas e filosofica, e por muitas vezes eram/são tratadas com muito mais naturalidade do que muitas das religiões modernas.
Espero de coração que esta verdade unica sobre o mundo extrafísico, sobre a interação entre os seres encarnados e desencarnados, sobre suas manifestações nas diferentes dimensões, sobre a reencarnação, possam vir a tona para a humanidade em momento oportuno e com isso trazer mais luz e esclarecimento aos fanáticos religiosos.
Minhas criticas nunca foram contra as religiões, mas sim aos fanáticos religiosos que defendem esta ou aquela corrente da mesma forma que defende seu time de futebol em um estadio, impondo suas verdades e nuca questionando se esta correto ou errado. Isso ocorre em TODOS os meios religiosos e filosoficos que tratam da realidade espiritual. Desta forma acredito que o melhor caminho é questionar, se informar e aplicar em si tal verdade para ver se sua compreensão e prática estão de fato em conssonância com o que você está pregando. Jesus não criou religião, Buda idem, Krishna idem, Maomé idem, assim como outros. Quem fez a religião foi o homem, portanto podemos dizer que a limitação do homem é o que estraga os ensinamentos dos grandes mestres, pois muitas vezes colocam seus interesses pessoais a frente da verdade ensinada pelo grande mestre.
Abaixo transcrevo o texto:
"IGREJA CATÓLICA
ACEITA LIVRO PSICOGRAFADO, ENVIADO (?) POR DOM
HELDER
IGREJA CATÓLICA JÁ RECONHECE COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS
Recentemente foi lançado no mercado cultural um livro mediúnico trazendo as
reflexões de um padre depois da morte, atribuído, justamente, ao Espírito Dom
Helder Câmara, bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife,
desencarnado no dia 28 de agosto de 1999, em Recife (PE).
O livro psicografado pelo médium Carlos Pereira, da Sociedade Espírita Ermance
Dufaux, de Belo Horizonte, causou muita surpresa no meio espírita e grande
polêmica entre os católicos. O que causou mais espanto entre todos foi a
participação de Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo, que durante nove
anos foi secretário de Dom Helder Câmara, para a relação ecumênica com as
igrejas cristãs e as outras religiões.
Marcelo Barros secretariou Dom Helder Câmara no per íodo de 1966 a 1975 e tem
30 livros publicados. Ao prefaciar o livro Novas Utopias, do espírito Dom
Helder, reconhecendo a autenticidade do comunicante, pela originalidade de suas
idéias e, também, pela linguagem, é como se a Igreja Católica viesse a público
reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do
fenômeno da comunicação entre vivos e mortos, e desse ao livro de Carlos
Pereira, toda a fé necessária como o Imprimátur do Vaticano. É importante
destacar, ainda, que os direitos autorais do livro foram divididos em partes
iguais, na doação feita pelo médium, à Sociedade Espírita Ermance Dufaux e ao
Instituto Dom Helder Câmara, de Recife, o que, aliás, foi aceito pela
instituição católica, sem qualquer constrangimento.
No prefácio do livro aparece também o aval do filósofo e teólogo Inácio
Strieder e a opinião favorável da historiadora e pesquisadora Jordana Gonçalves
Leão, ambos ligados à Igreja Católica. Conforme eles mesmos disseram, essa obra
talvez não seja uma produção direcionada aos espíritas, que já convivem com o
fenômeno da comunicação, desde a codificação do
Espiritismo; mas, para uma grandiosa parcela da população dentro da militância
católica, que é chamada a conhecer a verdade espiritual, porque "os tempos
são chegados", estes ensinamentos pertencem à natureza e,
conseqüentemente, a todos os filhos de Deus.
A verdade espiritual não é propriedade dos espíritas ou de outros que professam
estes ensinamentos e, talvez, porque, tenha chegado o momento da Igreja
Católica admitir, publicamente, a existência espiritual, a vida depois da morte
e a comunicação entre os dois mundos.
Na entrevista com Dom Helder Câmara, realizada pelos editores, o Espírito
comunicante respondeu as seguintes perguntas sobre a vida espiritual:
Dom Helder, mesmo na vida espiritual, o senhor se sente um padre?
Não poderia deixar de me sentir padre, porque minha alma, mesmo antes de
voltar, já se sentia padre. Ao deixar a existência no corpo físico, continuo
como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica
permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo, mas
continuo firme junto aos meus irmãos de Clero a contribuir, naquilo que me seja
possível, para o bem da humanidade.
Do outro lado da vida o senhor tem alguma facilidade a mais para realizar seu
trabalho e exprimir seu pensamento, ou ainda encontra muitas barreiras com o
preconceito religioso?
Encontramos muitas barreiras. As pessoas que estão do lado de cá reproduzem o
que existe na Terra. Os mesmos agrupamentos que se formam aqui se reproduzem na
Terra. Nós temos as mesmas dificuldades de relacionamento ,
porque os pensamentos continuam firmados, cristalizados em crenças em
determinados pontos que não levam a nada. Resistem à idéia de evolução dos
conceitos. Mas, a grande diferença é que por estarmos com a vestimenta do
espírito, tendo uma consciência mais ampliada das coisas podemos dirigir os
nossos pensamentos de outra maneira e assim influenciar aqueles que estão na
Terra e que vibram na mesma sintonia.
Como o senhor está auxiliando nossa sociedade na condição de desencarnado?
Do mesmo jeito. Nós temos as mesmas preocupações com aqueles que passam fome,
que estão nos hospitais, que são injustiçados pelo sistema que subtrai
liberdades, enriquece a poucos e colocam na pobreza e na miséria muitos; todos
aqueles desvalidos pela sorte. Nós juntamos a todos que pensam semelhantemente
a nós, em tarefas enobrecedoras, tentando colaborar para o melhoramento da
humanidade.
Como é sua rotina de trabalho?
A minha rotina de trabalho é, mais ou menos, a mesma... Levanto-me, porque aqui
também se descansa um pouco, e vamos desenvolver atividades para as quais nos
colocamos à disposição. Há grupos que trabalham e que são organizados para o
meio católico, para aqueles que precisam de alguma colaboração. Dividimo-nos em
grupos e me enquadro em algumas atividades que faço com muito prazer.
Qual foi a sua maior tristeza depois de desencarnado? E qual foi a sua maior
alegria?
Eu já tinha a convicção de que estaria no seio do Senhor e que não deixaria de
existir.
Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo
de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A
alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.
O senhor, depois de desencarnado, tem estado com freqüência nos Centros
Espíritas?
Não. Os lugares mais comuns que visito no plano físico são os hospitais; as
casas de saúde; são lugares onde o sofrimento humano se faz presente.
Naturalmente vou à igreja, a conventos, a seminários, reencontro com amigos,
principalmente em sonhos, mas minha permanência mais freqüente não é na casa
espírita.
Qual é o seu objetivo em escrever mediunicamente?
Mudar, ou pelo menos contribuir para mudar, a visão que as pessoas têm da vida,
para que elas percebam que continuamos a existir e que essa nova visão possa
mudar profundamente a nossa maneira de viver.
Minha tentativa de adaptação a essa nova forma de escrever foi muito
interessante, porque, de início, não sabia exatamente como me adaptar ao médium
para poder escrever. É necessário que haja uma aproximação muito grande entre o
pensamento que nós temos com o pensamento do médium. É esse o grande problema
de todos nós porque o médium precisa expressar aquilo que estamos intuindo a
ele. No início foi difícil, mas aos poucos começamos a criar uma mesma forma de
expressão e de pensamento, aí as coisas melhoraram.
Outros (médiuns) pelos quais tento me comunicar enfrentam problemas
semelhantes.
Foi uma surpresa saber que poderia se comunicar pela escrita mediúnica?
Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam
isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso
para depois, quando houvesse tempo e oportunidade. Imaginamos que haja outros
padres que também queiram escrever mediunicamente, relatarem suas impressões da
vida espiritual.
Por que Dom Helder é quem está escrevendo?
Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra
que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de
um caixão e nos dizem "acabou- se". Eu já pensava que continuaria a
existir, sabia que IGREJA CATÓLICA JÁ RECONHECE COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS
haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a
necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me
fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo.
Outros padres, então, querem escrever mediunicamente em nosso País?
Sim. E não poucos. São muitos aqueles que querem usar a pena mediúnica para
poder expressar a sobrevivência após a vida física. Não o fazem por puro
preconceito de serem ridicularizados, de não serem aceitos, e resguardam as
suas sensibilidades espirituais para não serem colocados numa situação de
desconforto. Muitos padres, cardeais até, sentem a proteção espiritual nas suas
reflexões, nas suas prédicas, que acreditam ser o Espírito Santo, que na
verdade são os irmãos que têm com eles algum tipo de apreço e colaboram nas
suas atividades.
Como o senhor se sentiu em interação com o médium Carlos Pereira?
Muito à vontade, pois havia afinidade, e porque ele se colocou à disposição
para o trabalho. No princípio foi difícil juntar-me a ele por conta de seus
interesses e de seu trabalho. Quando acertamos a forma de atuar, foi muito
fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última
vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o
livro.
O senhor acredita que a Igreja Católica irá aceitar suas palavras pela
mediunidade?
Não tenho esta pretensão. Sabemos que tudo vai evoluir e que um dia, inevitavelmente,
todos aceitarão a imortalidade com naturalidade, mas é demais imaginar que um
livro possa revolucionar o pensamento da nossa Igreja. Acho que teremos
críticas, veementes até, mas outros mais sensíveis admitirão as comunicações.
Este é o nosso propósito.
É verdade que o senhor já tinha alguns pensamentos espíritas quando na vida
física?
Eu não diria espírita; diria espiritualista, pois a nossa Igreja, por si só, já
prega a sobrevivência após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico
depois da morte seria uma conseqüência natural. Pensamentos espíritas não eram,
porque não sou espírita. Sem nenhum tipo de constrangimento em ter negado
alguns pensamentos espíritas, digo que cheguei a ter, de vez em quando,
experiências íntimas espirituais.
Igreja - Há as mesmas hierarquias no mundo espiritual?
Não exatamente, mas nós reconhecemos os nossos irmãos que tiveram
responsabilidades maiores e que notoriamente tem um grau evolutivo moral muito
grande. Seres do lado de cá se reconhecem rapidamente pela sua hombridade, pela
sua lucidez, pela sua moralidade. Não quero dizer que na Terra isto não ocorra,
mas do lado de cá da vida isto é tudo mais transparente; nós captamos a
realidade com mais intensidade. Autoridade aqui não se faz somente com um cargo
transitório que se teve na vida terrena, mas, sobretudo, pelo avanço moral.
Qual seu pensamento sobre o papado na atualidade?
Muito controverso esse assunto. Estar na cadeira de Pedro, representando o
pensamento maior de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma responsabilidade enorme
para qualquer ser humano. Então fica muito fácil, para nós que estamos de fora,
atribuirmos para quem está ali sentado, algum tipo de consideração. Não é
fácil. Quem está ali tem inúmeras responsabilidades, não apenas materiais, mas
descobri que as espirituais são ainda em maior grau. Eu posso ter uma visão
ideológica de como poderia ser a organização da Igreja; defendi isso durante
minha vida. Mas tenho que admitir, embora acredite nesta visão ideal da Santa
Igreja, que as transformações pelas quais devemos passar merecem cuidado,
porque não podemos dar sobressaltos na evolução. Queira Deus que o atual Papa
Ratzinger (Bento XVI) possa ter a lucidez necessária para poder conduzir a
Igreja ao destino que ela merece.
O senhor teria alguma sugestão a fazer para que a Igreja cumpra seu papel?
Não preciso dizer mais nada. O que disse em vida física, reforço.
Quero apenas dizer que quando estamos do lado de cá da vida, possuímos uma
visão mais ampliada das coisas. Determinados posicionamentos que tomamos, podem
não estar em seu melhor momento de implantação, principalmente por uma
conjuntura de fatores que daqui percebemos. Isto não quer dizer que não devamos
ter como referência os nossos principais ideais e, sempre que possível,
colocá-los em prática.
Espíritas no futuro?
Não tenho a menor dúvida. Não pertencem estes ensinamentos a nossa Igreja, ou
de outros que professam estes ensinamentos espirituais. Portanto, mais cedo ou
mais tarde, a nossa Igreja terá que admitir a existência espiritual, a vida
depois da morte, a comunicação entre os dois mundos e todos os outros
princípios que naturalmente decorrem da vida espiritual. A IGREJA CATÓLICA JÁ
RECONHECE A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS
Quais são os nomes mais conhecidos da Igreja que estão cooperando com o
progresso do Brasil no mundo espiritual?
Enumerá-los seria uma injustiça, pois há base em todas as localidades. Então,
dizer um nome ou outro seria uma referência pontual porque há muitos, que são
poucos conhecidos, mas que desenvolvem do lado de cá da vida um trabalho
fenomenal e nós nos engajamos nestas iniciativas de amor ao próximo.
Amor - Que mensagem o senhor daria especificamente aos católicos agora, depois
da morte?
Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um
pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos
nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme
nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da
humanidade.
Que mensagem o senhor deixaria para nós, espíritas?
Que amem também, porque não há divisão entre espíritas e católicos ou qualquer
outra crença no seio do Senhor. Não há. Essa divisão é feita por nós, não pelo
Criador. São aceitáveis porque demonstram diferenças de pontos de vista, no
entanto, a convergência é única, aqui simbolizada pela prática do amor, pois
devemos unir os nossos esforços.
Que mensagem o senhor deixaria para os religiosos de uma maneira geral?
Que amem. Não há outra mensagem senão a mensagem do amor. Ela é a única e
principal mensagem que se pode deixar."
Autor: Dom Helder Câmara (espírito)
Médium: Carlos Pereira
Editora: Dufaux
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